O objetivo desta pesquisa é apresentar uma leitura sobre o conto “Sequência” e “Luas de mel” da obra Primeiras Estórias, do escritor João Guimarães Rosa, partindo de estudos teóricos sobre o caráter híbrido dos gêneros e da narrativa poética. Esta pesquisa está dividida em três partes: na primeira, presentamos o autor, bem como a sua obra, contextualizando-o no momento literário brasileiro. Também situamos o livro, objeto de estudo deste trabalho, no contexto de produção do autor. Na segunda parte, fazemos o levantamento teórico sobre os gêneros literários e sobre a narrativa poética, especificamente na obra Primeiras Estórias. Para tanto, utilizamos os escritos de Rosenfeld, que trata do hibridismo dos gêneros, de Rònai e Tadié, no que diz respeito às questões relacionadas ao estudo da narrativa poética em Primeiras Estórias. Finalmente, na terceira parte, apresentamos uma leitura do conto, pelo viés da teoria já anteriormente mencionada, trazendo tanto elementos do texto que evidenciam seu caráter mitopoético, quanto, elementos formais e temáticos que mostram o trabalho do autor com a linguagem, com a simbologia relacionada às personagens e ao espaço, além da estruturação do enredo na abordagem da temática amorosa que o conto contempla. Nessa fase utilizamos os escritos de Nunes, Machado, Galvão, entre outros.
O objetivo desse trabalho é propor uma leitura da novela Cara-de-Bronze de João Guimarães Rosa, focalizando a questão da poeticidade e simbologia adotadas pelo autor a partir da mistura de gêneros e da estilização da linguagem poética, que caracteriza o texto. Nossa intenção é analisar como essas categorias se apresentam no espaço, tempo e personagens da novela, levando em conta a carga simbólica dos nomes dos personagens Grivo e Cara-de-Bronze. Percorremos a viagem do Grivo como uma metáfora da busca do homem pela poesia e sentido para sua existência. Para isso, fizemos uma análise utilizando as considerações de Rosenfeld (1997), sobre o hibridismo de gêneros, os estudos de Tadié (1994) sobre a poeticidade e o dicionário de símbolos de J. Chevalier e A. Gueerbrant (1997) em relação à simbologia.
O objetivo deste Trabalho de Conclusão de Curso é apresentar um estudo sobre o conto ―A hora e vez de Augusto Matraga‖, corpus desta pesquisa, que pertence à obra Sagarana (1946), de João Guimarães Rosa, tendo em vista seu caráter de narrativa poética, com enredo que atinge a dimensão do mitopoético, a partir da investigação sobre as etapas do percurso da personagem projetadas no espaço da natureza, marcando transformações vividas que a aproximam das histórias dos santos; além disso, observar outros elementos que compõem a poeticidade da narrativa, como as imagens, símbolos e a linguagem poética empregados. De caráter bibliográfico, esta pesquisa fundamenta-se nos estudos críticos de Bosi (1994), Nogueira (1978; 2000), Perez (1981), Sperber (1976) e Ribeiro (2010) sobre o autor e a obra, e de Lins (1981), sobre o livro Sagarana no contexto da obra de Guimarães Rosa; além disso, os estudos de Campbell (1989) para tratar da figura do herói como santo. A fim de investigar seu caráter de narrativa poética, utilizamos os estudos de Tadié (1994), que retrata as singularidades das categorias da narrativa nesse gênero quanto a personagens, espaço, tempo e mito, cujos símbolos associados abordaram-se a partir do Dicionário de símbolos de J. Chevalier e A. Gueerbrant (1997). A leitura interpretativa do corpus se apresenta a partir de recortes da narrativa que ilustram os objetivos apresentados, assim, pode-se afirmar que o conto se configura como uma narrativa poética uma vez que apresenta uma elaboração da linguagem que a aproxima da poesia, no que diz respeito ao ritmo, sonoridade e expressividade, além de elaboração poética das categorias narrativas, como a representação do espaço e do tempo míticos e o enredo simbólico que convergem para a construção do percurso mítico dos santos, transposto para o sertão mineiro, na figura de Augusto Matraga.