Grande Sertão: Veredas é uma das obras mais significativas da literatura brasileira. A riqueza literária não se resume ao enredo, ela se faz presente no conjunto textual e lexical. Ao apresentar o sertão como universo de suas personagens, Guimarães Rosa recria a própria literatura. Diadorim e Riobaldo seguem o leito do Rio São Francisco numa espécie de transformação metafísica. Nesse universo de inúmeras veredas, este artigo propõe-se a analisar, com base no enfoque teórico da estética da recepção, os pontos de indeterminação ou espaços vazios utilizados por Rosa na construção, proposta ao leitor, das duas principais personagens da obra: Diadorim e Riobaldo.