Desenvolvimento de um estudo comparativo entre três obras de literatura brasileira cujo tema comum é o sertão: Grande sertão: veredas (sertão das águas), de Guimarães Rosa; Os sertões (sertão semiárido), de Euclides da Cunha; Vidas secas (a aridez das grandes secas), de Graciliano Ramos. Nosso objetivo é focalizar as analogias, as convergências e as diferenças entre essas obras, que despontam no cenário literário brasileiro.
A dialética no romance Grande sertão:veredas, de Guimarães Rosa, no que se refere ao movimento pendular dos personagens, à imprecisão espaciotemporal, à oscilação do foco narrativo e dos níveis da narrativa, à indefinição do gênero, enfim, à fluidez dos confins.
Partindo do conceito de fronteira, em Semiótica da Cultura, como mecanismo semiótico sem o qual não é possível haver produção de sentido numa dada semiosfera, focalizaremos, em Grande sertão: veredas, de Guimarães Rosa, as fronteiras movediças e o hibridismo na estrutura do romance, na narrativa, na indefinição espacial e temporal, nos personagens e na alquimia do verbo.
Essa pesquisa aborda, primeiramente, a imprecisao latente na obra "Grande sertao: veredas", de Guimaraes Rosa, focalizando o movimento pendular dos personagens, a imprecisao espaco-temporal, a oscilacao do foco e dos niveis narrativos, a indefinicao do genero da obra, enfim, a fluidez dos confins. Busca tanto no significante quanto no significado, elementos que contribuem para a "clareza relativa", considerada como uma emersao de tracos da estetica barroca, que teve seu apogeu no periodo barroco historico, no seculo XVII.