O volume Ave, palavra, de João Guimarães Rosa, obra póstuma, publicada em 1970, transcreve 54 textos considerados pelo escritor uma "miscelânea", que reúne notas de viagem, diários, poemas, contos, crônicas, flagrantes, reportagens poéticas e meditações, tudo o que, aliado à variedade temática de alguns textos em verso e de feição filosófica, constituiu sua colaboração de vinte anos em jornais e revistas brasileiras. Objetiva-se estudar a crônica "O mau humor de Wotan" (1948), de Guimarães Rosa, tomando por base o referido livro de 1970, com enfoque no problema da classificação dos textos e no caráter de testemunho destes.
Instituto de Letras e Comunicação. Programa de Pós-Graduação em Letras
O volume Ave, palavra, de João Guimarães Rosa, obra póstuma, publicada em 1970, transcreve 54 textos considerados pelo escritor uma "miscelânea", que reúne notas de viagem, diários, poemas, contos, crônicas, flagrantes, reportagens poéticas e meditações, tudo o que, aliado à variedade temática de alguns textos em verso e de feição filosófica, constituiu sua colaboração de vinte anos em jornais e revistas brasileiras. Objetiva-se, nesta dissertação de Mestrado, estudar a crônica de João Guimarães Rosa, no período compreendido entre 1948-1961, tomando por base o referido livro de 1970, com enfoque no problema da classificação dos textos e no caráter de testemunho destes. Para esse estudo, selecionaram-se os seguintes textos: "O mau humor de Wotan" (29.02.1948 - Correio da Manhã); "A senhora dos segredos" (06.12.1952 - Correio da Manhã); "Homem, intentada viagem" (18.02.1961 - O Globo); "A velha" (03.06.1961 - O Globo). A leitura e interpretação das crônicas citadas seguem um viés histórico-cultural, no período correspondente à Segunda Guerra Mundial. Considerando os estudos de Massaud Moisés (1978), Afrânio Coutinho (1997) Antonio Candido (1997) e Jorge de Sá (2005), compreendeu-se que este gênero textual merece necessário estudo e avaliação. Fundamenta-se esta Dissertação nos estudos formulados por Hans Robert Jauss (1979), que focaliza a primazia da hermenêutica centrada no leitor, aclarando, de um lado, o processo atual que concretiza o efeito e o significado do texto para o leitor contemporâneo e, de outro, reconstrói o processo histórico pelo qual o texto é recebido e interpretado por leitores de tempos diversos.
Propõe-se, nesta comunicação, uma leitura da crônica "O mau humor de Wotan" (29.02.1948 — Correio da Manhã) do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, tendo por base o livro póstumo Ave, palavra de 1970. Por não ser muito conhecido, segue-se a amostra das primeiras impressões, que se obteve desse texto, considerando contexto histórico relacionado à Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de apresentá-lo ao público acadêmico. Fundamenta-se este trabalho nos estudos formulados por Hans
Robert Jauss (1979), que focaliza a primazia da hermenêutica centrada no leitor, aclarando, de um lado, o processo atual que concretiza o efeito e o significado do texto para o leitor contemporâneo e, de outro, reconstrói o processo histórico pelo qual o texto é recebido e interpretado por leitores de tempos diversos.