Ainda inédito, o "Diário de guerra de Guimarães Rosa" se refere ao período em que o escritor viveu em Hamburgo o impacto da Segunda Guerra Mundial. Este artigo parte de uma pesquisa de pós-doutoramento realizada na UFMG e procura examinar alguns elementos do "Diário", considerando o contexto delimitado pelo nazismo.
Leitura do tempo e do paradoxo a partir da teoria ricoeuriana. Em Grande sertão: veredas, analisa-se a criação de um ponto de observação e elaboração narrativa fora do fluxo temporal. Em Nós, os do Makulusu, estuda-se o processo de desintegração da linearidade temporal em função da experiência traumática da guerra.
Propõe-se, nesta comunicação, uma leitura da crônica "O mau humor de Wotan" (29.02.1948 — Correio da Manhã) do escritor brasileiro João Guimarães Rosa, tendo por base o livro póstumo Ave, palavra de 1970. Por não ser muito conhecido, segue-se a amostra das primeiras impressões, que se obteve desse texto, considerando contexto histórico relacionado à Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de apresentá-lo ao público acadêmico. Fundamenta-se este trabalho nos estudos formulados por Hans
Robert Jauss (1979), que focaliza a primazia da hermenêutica centrada no leitor, aclarando, de um lado, o processo atual que concretiza o efeito e o significado do texto para o leitor contemporâneo e, de outro, reconstrói o processo histórico pelo qual o texto é recebido e interpretado por leitores de tempos diversos.