O núcleo desta reflexão é a análise da relação entre corpo e paisagem, tema ainda insuficientemente explorado na obra de Guimarães Rosa, e as formas como a paisagem se transforma em componentes literários em Corpo de baile (1956), com base na noção de paisagem literária de Michel Collot e na fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty. O artigo problematiza o espaço e os corpos nas narrativas rosianas tomando como base as construções paisagísticas, que atuam como forças criadoras da perspectiva experiencial das personagens. Com efeito, o espaço e a paisagem no contexto dessa leitura são percebidos pelas personagens através dos órgãos sensoriais, que têm como mediador o corpo.