Este ensaio analisa os contos de Sagarana, de João Guimarães Rosa, sob a perspectiva da religiosidade e da regionalidade. Pretende-se demonstrar como a religiosidade contribui para a construção das personagens e dos enredos, revelando traços de regionalidades sertanejas. Para tanto, são examinados nomes de personagens e as relações entre as tramas narrativas e as
representações de regionalidade. As observações fundamentam-se nos estudos de literatura, cultura e regionalidade.
As referências e citações à obra Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, conduzem e compõem os textos jornalísticos da série “Sertão Grande”, publicada pelo jornal Estado de Minas em 2012. Os trechos do romance, neste trabalho, são lidos considerando-se a perspectiva de Walter Benjamin (1986, 2007) sobre os fragmentos para, assim, perceber-se como o sertão literário do romance se torna rastros que, desdobrados nas páginas do jornal impresso, possibilitam a
construção das histórias jornalísticas narradas.