Este trabalho realiza um estudo a respeito da dúvida e do medo na narrativa de Riobaldo, um idoso exchefe de jagunços, personagem principal e narrador no romance Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. A hipótese desse trabalho é a de que a dúvida e o medo, ao longo de toda a fala de Riobaldo, são guias para a narrativa, pois a consciência de que Riobaldo é tomado pelo medo oriundo da dúvida e pelas dúvidas oriundas do medo, no entrecruzamento destas duas forças se dá o entendimento da narrativa. Além de constituírem um leitmotiv do monólogo-diálogo do jagunço, as dúvidas e os medos experimentados pelo narrador-personagem são o que conduzem seus raciocínios para a problemática do mal, da moral, do destino e da liberdade humana, ou seja, a dúvida e o medo afetam suas percepções e, por conseguinte seu modo de contar e suas escolhas narrativas. Uma segunda hipótese, oriunda da primeira, é de que a dúvida sentida por Riobaldo é também um recurso discursivo de que o narrador se vale para eximir-se de alguma culpa e que o jagunço narrador opta por um estado de suspenção da verdade. Este trabalho faz o percurso destes dois sentimentos-ação e busca descrever os seus efeitos e desdobramentos ao longo da análise.
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