Este trabalho propõe uma análise do romance Grande Sertão: Veredas (2019), de João Guimarães Rosa, tendo como fio condutor o universo da pobreza. Os objetivos principais foram refletir brevemente sobre a narrativa labiríntica e, ao mesmo tempo, paradoxal, produzida através das memórias do narrador; verificar a composição do personagem Riobaldo, que perpassa por camadas sociais distintas; e, dentre as imagens de pobreza na obra, analisar a figura do agregado, personificação do homem pobre livre, a partir do que foi desenvolvido em um estudo fundamentado sobretudo na perspectiva do teórico Roberto Schwarz (2000). Somado a esses, outro ponto fundamental abordado é a questão do alimento, referência em muitos momentos da vida de Riobaldo, além de um importante indicador social. Neste estudo, constata-se um contexto de desigualdades sociais no sertão mineiro, marcado tanto na representação do cenário da carência quanto no sistema utilizado para a manutenção das elites rurais.
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