Faculdade de Letras, Departamento de Ciência da Literatura
A presente tese tem por objetivo pesquisar as noções de memória e esquecimento no romance Grande Sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, tomando como principal orientação a fala de Riobaldo, seu narrador. Partindo das articulações entre a memória coletiva, a memória individual e a narrativa, encontra-se uma concepção de memória, no romance, como uma terceira instância, estabelecida sempre como negatividade, pautada nas concepções de inconsciente e real, de Freud e Lacan; e na concepção de um tempo-de-agora, ou tempo entrecruzado de Walter Benjamin. A tensão entre a travessia e a melancolia insere-se tanto nos aspectos históricos e coletivos da rememoração - no testemunho do narrador sobre a cidade que vem acabar com o sertão - como nos entraves para atravessar o trauma relacionado a Diadorim. O processo de rememoração de Riobaldo é concebido como composto de temporalidades que se sobrepõem, como uma montagem não-linear e não-objetiva, constituida a partir dos erros e fracassos da memória, que apontam para sua dimensão de fantasma, de ficção e de esquecimento.
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