Em A Poética do espaço, Bachelard (1989) concebe o espaço da casa como um “estado de alma”, espaço que “fala de uma intimidade”. Sob a ótica bachelardiana, a casa constitui o sujeito, fixa sua memória e suas raízes. Roberto da Matta (1987) em seu livro A casa e a rua afirma que a casa é o espaço da família, da ordem e do conforto, em oposição à rua que representa o lugar público da desordem, do perigo e do anonimato. É, pois, seguindo esta linha de raciocínio que este trabalho – recorte de um estudo maior - se propõe a analisar aspectos do espaço e da identidade no conto “Faraó e a água do rio”, integrante de Tutaméia: terceiras estórias (1967), obra de João Guimarães Rosa. Trata-se de um enfoque teórico-crítico da narrativa rosiana, tendo como propósito identificar, na arquitetura ficcional, o imaginário circunscrito na lei da ordem familiar, representada na imagem dos fazendeiros da Fazenda Crispins, com suas tachas de cem anos de eternidade - um mundo de identidade marcada pelos esp
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