As análises das obras roseanas frequentemente consideram relevantes fatos ligados à vida do escritor: sua infância no Sertão de Minas Gerais e suas posteriores andanças pela região, sua carreira médica e diplomática, seu profundo conhecimento de diversas línguas, seu misticismo. Sua obra refletiria, mais ou menos fielmente, sua vida pessoal. Neste trabalho, proponho uma análise da novela Campo Geral, de 1956 [1977], que é considerada, por muitos críticos, como autobiográfica. O objetivo foi buscar conciliar a inevitável influência da vida biográfica do autor sem, no entanto, confundir ou mesclar cena de enunciação e situação histórica. Para tanto, são levados em consideração, para as análises propostas, conceitos como o de ‘cenografia’ e o de ‘paratopia criadora’, instituída na confluência das instâncias ‘pessoa’, ‘escritor’ e ‘inscritor’, presentes em Maingueneau (2006).
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