Instituto de Letras, Departamento de Teoria Literária e Literatura, Programa de Pós-Graduação em Literatura, Mestrado em Literatura e Práticas Sociais
A recorrência enfática do uso de termos semanticamente relacionados ao
olhar, aos olhos ou ao ato de ver apresenta-se de forma bastante significativa nos textos de João Guimarães Rosa, o que sugere haver uma significação própria e relevante do uso desse signo para a obra do autor. Este trabalho visa analisar a relevância do uso desse signo tanto sob uma perspectiva de seus significados
quanto da estruturação das obras rosianas. A partir das leituras desenvolveu-se a acepção de que o ato de ver represente uma forma pela qual os personagens de Rosa descobrem o mundo e a si mesmos, levando-os a uma longa travessia epifânica de encontros e desencontros com o mundo. O sentido da visão adquire um estatuto de descoberta, revelação, epifania, esclarecimento. Assim, seus personagens serão guiados a ver de um modo renovado, o que os fará deparar-se com alegrias e angústias, felicidade e tristezas, porque saber é também doloroso. Visa-se, assim, compreender, na interpretação do romance Grande sertão: veredas, uma travessia constituída a partir do ato de ver, em que a trajetória de aprendizagem de Riobaldo é um elemento essencial da assimilação desse modo de ver não limitante.
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