Esse artigo propõe discutir especificamente a experiência dialógica do jagunço-narrador relatando suas memórias fundamentais ao suposto doutor da cidade a partir do grotesco, como forma romanesca moderna de ironia altamente elaborada. O intento é demonstrar que o riso mofino do doutor da cidade é solapado pelo riso grotesco do jagunço-narrador que, sob o artifício da linguagem oral, por vezes menosprezada academicamente, tece uma narrativa substancialmente erudita, repleta de dialogismos e contornos que, ironicamente, termina por suplantar a “não-fala” do suposto ouvinte, relegado a um silêncio propositalmente estabelecido na arquitetônica da obra desenhada pelo autor-criador.
Palavras-chave: riso grotesco, dialogismo, inacabamento, autor-criador.
Atenção! Este site não hospeda os textos integrais dos registros bibliográficos aqui referenciados. Para alguns deles, no entanto, acrescentamos a opção "Visualizar/Download", que remete aos sites oficiais em que eles estão disponibilizados.