Este trabalho propõe a análise de um dos aspectos da problemática das narrativas do fim, precisamente no que toca à loucura, a partir do conto “Soroco, sua mãe, sua filha”, de Guimarães Rosa. Tem como fundamentação teórica “O mal-estar na civilização”, postulado por Freud (1996), e o conceito de loucura em Foucault (1978), os quais reúnem motivos centrais para pensar o desconsolo humano expresso nas peculiaridades do modo de escrita de Guimarães Rosa. Assim, esta abordagem possibilitará a análise consistente do tema de estudo e a averiguação do lugar deste tipo de discurso na contemporaneidade. Sob os efeitos da modernidade, a marginalização da loucura e o extermínio daqueles que nela habitam são usados como solução para a regeneração da humanidade, práticas sociais que constituem o sentido que criamos do mundo. A impotência perante a dureza do real em “Soroco, sua mãe, sua filha” e o lugar social do sofrimento humano, que oscila entre a esperança e o desespero, serão aqui contemplados como narrativas do fim.
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