João Guimarães Rosa locates nearly all his fiction in the Brazilian sertão, the vast, semi-arid backlands of Brazil's interior, yet surprisingly few studies exist regarding Guimarães Rosa’s environmental attitudes or the ecological ethos present in his work. Pressing environmental concerns in Brazil have nevertheless inspired new readings of Guimarães Rosa's work that consider the ecological consciousness latent in his fiction. Guimarães Rosa's well-known novella, "A hora e vez de Augusto Matraga," reveals a powerful ecological ethos by modeling the concept of wandering—a way of relating to nature and to others. The story demonstrates that acquiring aesthetic sensitivity and developing ecological understanding occur simultaneously, and they work together to establish social and communal harmony.
O objetivo desta pesquisa é mostrar como se constrói o espaço nas narrativas: Os Sertões, de Euclides da Cunha e Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa. Intenta-se refletir sobre os seguintes problemas: Que elementos compõem o espaço em Os Sertões e Grande Sertão: Veredas? Como os múltiplos espaços influenciam nos elementos componenciais da narrativa e vice-versa? De que forma o SERTÃO pode se tornar o elemento aglutinante da espacialidade em Os Sertões e Grande Sertão: Veredas? Consideram-se basilares para esta pesquisa o estudo de Gaston Bachelard, o de Antonio Dimas e, o de um terceiro, Milton Santos, tomado de empréstimo à Geografia. Do último, serão extraídos conceitos-chave como a concepção de espaço, lugar e paisagem. O capítulo I trata dos elementos espaciais que compõem Os Sertões; o capítulo II aborda os elementos espaciais relativos à Grande Sertão: Veredas e, em seguida, no capítulo III, propõe-se uma avaliação dos elementos espaciais comuns a ambas as narrativas, também busca-se apreender como o SERTÃO se torna o elemento aglutinante dessas espacialidades. O sertão é destacado, nesse trabalho, como macro-espaço, dividido em micro-espaços representados por elementos naturais formados pelo aquático, pela flora e pela fauna. Quanto aos espaços artificiais, salientam-se as construções que envolvem a fazenda, o sítio, a casa, o sobrado, a choupana, a igreja, o cemitério, a cadeia, seja do ponto-de-vista interior, seja do exterior. Assim, procurou-se resgatar traços da criação espacial, envoltos em um discurso híbrido de jornalismo, geologia, ciências, história, sociologia e literatura, em Os Sertões, assim como manifestações latentes da criação espacial em Grande Sertão: Veredas