O artigo é uma breve apresentação do projeto arquitetônico da Casa da Cultura do Sertão, uma intervenção em patrimônio histórico que partiu de uma pesquisa sobre cultura imaterial do sertão brasileiro, na região do Alto do Rio São Francisco, no Estado de Minas Gerais. Tomando o carro-de-bois como de objeto de estudos e engenho emblemático e representativo da cultura local, desenvolveu-se um método de abordagem da realidade do lugar tendo a literatura como guia, precisamente, a obra do escritor brasileiro João Guimarães Rosa.
Este artigo visa discutir a possibilidade de abordar uma obra literária -
Grande Sertão: Veredas, clássico de João Guimarães Rosa - como “lugar de
memória” e ponte para penetrar na história do sertão de Minas Gerais, região quase
sempre colocada à parte ou marginalizada na produção acadêmica. Retomando
criticamente as ideias de alguns autores que contribuíram para a teorização sobre as
relações entre memória e história, procuro apontar caminhos interpretativos e
possibilidades de utilização da referida obra na ciência histórica.