texto: Daniel Fassa
fotos: Cecília Bastos e Francisco Emolo

 

 

 

 

 

 

© Francisco Emolo
“O tratamento precisa ser instituído o mais precocemente possível, para evitar que a bactéria se espalhe pela população. Se o indivíduo evolui e pára de tomar o remédio antes do prazo, ele ganha uma bactéria mais resistente e continua transmitindo para as outras pessoas.” Rafael Stelmach

 

 

 

 


Tosse, nariz escorrendo, peito cheio, falta de ar. Esses sintomas costumam ser considerados, pela maioria das pessoas, como um início de gripe e nada mais. No entanto, em muitos casos, eles podem ser indícios de doenças respiratórias que, embora mais graves, são perfeitamente tratáveis. É o caso de pneumonia, bronquite e asma, entre outras. Em contrapartida, se ignoradas, essas enfermidades podem até levar à morte.

Todos os anos, com a chegada do inverno, o ar fica mais frio e seco, o que dificulta a dispersão de poluentes. Não por acaso, nessas ocasiões, aumenta o número de atendimentos de pacientes com problemas respiratórios em hospitais e prontos-socorros. Embora não haja provas de que a poluição atmosférica causa doenças pulmonares específicas, sabe-se que os portadores dessas moléstias sofrem pioras quando ficam em ambientes poluídos.

Segundo Rafael Stelmach, professor colaborador da Faculdade de Medicina da USP, médico assistente do Instituto do Coração do Hospital das Clínicas e presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, grande parte das internações e dos óbitos decorrentes das doenças respiratórias ocorre por falta de informação. “A maioria da população não sabe que tem e não quer saber. Existe um estigma da doença pulmonar, as pessoas não querem ter tuberculose, não querem ter asma, e isso dificulta o tratamento.”

Dentre as doenças respiratórias, uma das que podem ser mais letais é a pneumonia, principalmente em idosos e crianças. De acordo com dados do Sistema Único de Saúde, somente em 2006, o Estado de São Paulo registrou 126.799 internações e 8.688 óbitos por essa doença. A pneumonia é uma infecção aguda pulmonar provocada por bactéria e, mais raramente, por vírus. Ela é altamente contagiosa, dada a facilidade com que as pessoas podem inalar uma bactéria causadora. “Um resfriado muito forte, prolongado, com febre muito alta, tosse com catarro amarelado ou sanguinolento, dor no peito e, nos quadros mais intensos, falta de ar, pode ser uma pneumonia”, adverte Stelmach.

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