“O tratamento precisa
ser instituído o mais precocemente
possível, para evitar que a bactéria
se espalhe pela população.
Se o indivíduo evolui e pára
de tomar o remédio antes do prazo,
ele ganha uma bactéria mais resistente
e continua transmitindo para as outras pessoas.” Rafael
Stelmach
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Tosse, nariz escorrendo, peito cheio, falta
de ar. Esses sintomas costumam ser considerados,
pela maioria das pessoas, como um início
de gripe e nada mais. No entanto, em
muitos casos, eles podem ser indícios
de doenças respiratórias
que, embora mais graves, são perfeitamente
tratáveis. É o caso de
pneumonia, bronquite e asma, entre outras.
Em contrapartida, se ignoradas, essas
enfermidades podem até levar à morte.
Todos os anos, com a chegada do inverno,
o ar fica mais frio e seco, o que dificulta
a dispersão de poluentes. Não
por acaso, nessas ocasiões, aumenta
o número de atendimentos de pacientes
com problemas respiratórios em hospitais
e prontos-socorros. Embora não haja
provas de que a poluição atmosférica
causa doenças pulmonares específicas,
sabe-se que os portadores dessas moléstias
sofrem pioras quando ficam em ambientes poluídos.
Segundo Rafael Stelmach, professor colaborador
da Faculdade de Medicina da USP, médico
assistente do Instituto do Coração
do Hospital das Clínicas e presidente
da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia,
grande parte das internações
e dos óbitos decorrentes das doenças
respiratórias ocorre por falta de
informação. “A maioria da população
não sabe que tem e não quer
saber. Existe um estigma da doença
pulmonar, as pessoas não querem ter
tuberculose, não querem ter asma,
e isso dificulta o tratamento.”
Dentre as doenças respiratórias,
uma das que podem ser mais letais é a
pneumonia, principalmente em idosos e crianças.
De acordo com dados do Sistema Único
de Saúde, somente em 2006, o Estado
de São Paulo registrou 126.799 internações
e 8.688 óbitos por essa doença.
A pneumonia é uma infecção
aguda pulmonar provocada por bactéria
e, mais raramente, por vírus. Ela é altamente
contagiosa, dada a facilidade com que as
pessoas podem inalar uma bactéria
causadora. “Um resfriado muito forte, prolongado,
com febre muito alta, tosse com catarro amarelado
ou sanguinolento, dor no peito e, nos quadros
mais intensos, falta de ar, pode ser uma
pneumonia”, adverte Stelmach.
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