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Ricardo Moreno, psiquiatra do Hospital das Clínicas, revela um pouco do ainda obscuro universo da depressão e de seus atuais tratamentos
Uma doença de muitas causas, de muitos sintomas e preconceitos. Ricardo Moreno, psiquiatra coordenador do Grupo de Doenças Afetivas (Gruda) do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas, acredita que o preconceito em relação à depressão já melhorou muito devido principalmente ao maior acesso à informação em relação à doença mental e à psiquiatria.
O especialista atenta para o fato de que muitas pessoas confundem tristeza com depressão, mas ele é enfático ao dizer que são completamente diferentes. “Tristeza faz parte da vida psicológica de todos nós, faz parte do nosso patrimônio de emoções e sentimentos, ao contrário da depressão que é uma doença que tem como base uma disfunção da química do cérebro.”
Segundo o especialista, as diferenças estão radicadas em vários aspectos. O primeiro deles refere-se à questão de que a tristeza geralmente é movida por um fator desencadeante, “por exemplo um evento desagradável, aversivo à nossa vida”; já a depressão normalmente surge sem motivo aparente.
Outra característica importante para a diferenciação é que “convencionou-se que a depressão permanece por mais de 15 dias”, enquanto a tristeza surge apenas em alguns momentos. Moreno diz brincando: “Nada impede que você tome banho, vá trabalhar e dê risada”. Outra questão diz respeito ao fato de que ao passo que a tristeza é apenas um sentimento, a depressão causa diversos sintomas que acometem o humor, o pensamento, as atividades psicológicas e motoras, o sono, o apetite entre outras funções do comportamento e da fisiologia do organismo. |