Estação Ferroviária: um lindo cantinho da memória de Piraju

30 de março de 20211 de abril de 2021 Aluno 1 Comentário Estação Ferroviária, história, Piraju, Trem

*Por Isabella Marin

Em seus trilhos, o trem da estação ferroviária de Piraju carregou histórias. Inúmeras pessoas que passaram por aqui têm memórias desse local. Seriam eles famílias procurando novos lugares para chamar de lar? Homens rumo a cidade mais próxima em busca de entretenimento e aventura? Uma fuga momentânea de um casal apaixonado?

Quem é que poderia saber tudo e todos que já passaram por ali?

O antigo ramal da Sorocabana jaz com seus segredos. O mesmo espaço em que, certa vez, passou o presidente norte-americano Theodore Roosevelt, em 1913, é também o espaço pelo qual um jovem trabalhador já implorou por emprego. Quantas contradições essa estação poderia guardar?

Além das pessoas e suas histórias, esse lugar também transportou e guardou diversas sacas de café, tão essenciais para a economia e sobrevivência da população e símbolo da região. Apesar de ter funcionado por apenas 60 anos (1906-1966), este monumento faz parte da história de Piraju e é conhecido por todos os moradores. Atualmente, esse patrimônio acomoda o Departamento Municipal de Educação, o Acervo Gilberto Polenghi, o Museu Histórico Pedagógico Constantino Leman e uma escola do SENAI em seu complexo.

Este ensaio propõe apresentar a Estação e sua arquitetura, bem como preservar sua história e a memória dos que passaram por ali. Acompanhe as fotos com as descrições e história contadas pelo Diretor de Cultura de Piraju, Gervásio Pozza:

Composto por dois pavimentos: o térreo e o primeiro andar, onde era residência do chefe da estação. Devido à sua família numerosa, houve reformas com novas unidades residenciais no piso superior, em 1937, além de um novo armazém. Acima, uma torre de fiscalização de toda a estação e avistava o trem.

Conjunto da estação ferroviária da estância de Piraju, localizada na Avenida Doutor Simão, vila Tibiriçá.

Atualmente, o conjunto da estação ferroviária é ocupado por certas iniciativas. O pavimento que foi residência do chefe da estação antigamente é, hoje, espaço para o Departamento Municipal de Educação. Já o prédio principal do trem serve seu local para acervos, museus históricos e aulas.

Prédio principal da estação de trem, onde eram vendidas as passagens e embarcavam e desembarcavam no trem. Em 1906, a estação já funcionava e ligava Piraju e sua cidade vizinha, Manduri. Apenas em 1908, a estação passou a integrar o antigo ramal sorocabano, que unia todo o interior paulista até a capital. É neste ano também que acaba de ser construído todo o projeto arquitetônico da estação, com o prédio principal, projetado por Ramos de Azevedo. Este ano é, portanto, a data de inauguração oficial.

Barracões da estação (antigos armazéns) direcionados para o Museu do Café, que está sendo estruturado, e o Museu Histórico Constantino Leman, com peças curiosas que atraem turistas o ano todo. Há, ainda, um barracão ocupado por máquinas e equipamentos para cursos do SENAC (Serviço Nacional de Aprendizagem Nacional) e o Acervo Histórico Gilberto Polenghi, com um rico patrimônio documental que conta a história de Piraju.

Em 1915, foi feito um ramal de bondes para ligar a cidade de Piraju. Unia o distrito de Tibiriçá e a estação de trem até o centro da cidade, mas também fazia conexão com Sarutaiá, município vizinho distante cerca de 20 quilômetros.

Parte traseira do prédio principal da estação.

Imagens: [Divulgação/Isabella Marin]

Referências:

Estância de Piraju. Ramal ferroviário de Piraju. Disponível em: https://www.estanciapiraju.com/o-trem-de-piraju

Estações ferroviárias do Brasil. Piraju. Disponível em: http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/piraju.htm

ISABELLA MARIN é repórter e bolsista do projeto “Registro da Memória e do Turismo na Estância Turística de Piraju: desenvolvimento das habilidades comunicacionais no ensino fundamental I e II” do Programa USP MUNICÍPIOS

Estação Ferroviária: um lindo cantinho da memória de Piraju

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