Egle Spinelli reflete sobre o uso consciente do celular

Por Leonardo Corey Belleza e Karolina Monte

A décima primeira oficina do Projeto Registro Digital de Piraju “Celular: diálogo virtual entre aluno e professor” foi ministrada pela Profª. Drª. Egle Muller Spinelli em 27 de outubro, às 19 horas, com transmissão ao vivo pelo canal do CJE no YouTube.

Ela é doutora em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (ECA/USP), mestre em Multimeios pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e graduada em Comunicação Social (Jornalismo) pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Além disso, é docente da Escola Superior de Propaganda em Marketing (ESPM) do curso de Graduação em Jornalismo e do Mestrado Profissional em Produção Jornalística e Mercado (MPPJM). Também é professora do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Comunicação e Práticas de Consumo da ESPM (PPGCOM ESPM).

Spinelli tem experiência na produção e ensino de projetos audiovisuais em mídias tradicionais e digitais. Realiza pesquisa teórica e prática nos temas: comunicação, educação, consumo e literacia midiática. É integrante do grupo de pesquisa COM+ (ECA-USP) sobre inovação e tendências na comunicação digital; do grupo Lógicas e Modelos de Gestão em Jornalismo (ESPM-SP); e do grupo de pesquisa em Jornalismo Popular e Alternativo (ECA-USP).

A oficina integra o cronograma do Projeto “Registro Digital da Memória e do Turismo na Estância Turística de Piraju – desenvolvimento das habilidades comunicacionais no Ensino Fundamental I e II” do Programa USP MUNICÍPIOS. 

A professora começou apresentando o panorama do uso do celular no Brasil, cujos habitantes passam 5,4 horas por dia no celular, ocupando o cargo de maior média global. Com a pandemia, cresceu em 45% o tempo de tela em todo o mundo. Porém, o Brasil e a Indonésia são os únicos países onde as pessoas passam mais de 5 horas por dia conectadas a aplicativos.

Spinelli apresentou dados de uma pesquisa da FGV de 2021, com as informações de que hoje vendem-se quatro celulares por televisão, resultando, também, em um processo de transformação digital das empresas, escolas e da sociedade. Com isso, houve um aumento da parcela das crianças de sete a nove anos que usam smartphones por pelo menos três horas diárias (segundo a pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box).

De acordo com a pesquisa do Painel TIC sobre o uso da internet no Brasil durante a pandemia:

  • A maior parte dos estudantes acessou os conteúdos por meio de recursos digitais, principalmente via website, rede social ou plataforma de videoconferência e, em menor medida, por meio de aplicativos das escolas, universidades ou Secretarias de Educação. 
  • Há também desigualdades no acesso à internet de qualidade nos domicílios e nos tipos de dispositivo utilizados para acesso à rede – para a maioria dos brasileiros (74%) o único dispositivo conectado é o telefone celular.
  • O telefone celular permaneceu como o principal dispositivo de acesso, citado por 98% dos usuários com 16 anos ou mais.

A pandemia trouxe algumas consequências, como as limitações das atividades sem tela e o consequente aumento do uso dela. Contudo, isso pode acarretar prejuízos, como a falta do controle de impulsos, planejamento, raciocínio e o desenvolvimento de transtornos mentais e impactos no humor.

A convidada refletiu sobre algumas discussões em torno do uso do celular, como ajudar no aprendizado e no desenvolvimento de habilidades de comunicação, possibilitar o contato com diferentes realidades e estimular diálogos sobre a tolerância e o respeito à diversidade de opiniões e culturas. Ela alertou também sobre a importância de “explicar” problemas sobre cyberbullying e outros riscos que a criança e o adolescente podem ficar expostos. Além disso, Spinelli observa a importância de estimular o diálogo como principal recurso para que os alunos reconheçam e evitem esses perigos.

Para fechar, Spinelli deixou indicações de materiais sobre o uso do celular, dentre eles o “NIC.br”, “Relatório Letramentos Digitais e Inclusão”, “Internet Segura para seus filhos”, “Infodemia: a desinformação e a alfabetização midiática no contexto da COVID-19.”

Ao final, trouxe reflexões sobre o uso do celular, através de questionamentos simples, como “Quem criou essa mensagem?”, “Só existe um lado dessa história?”, “Deu tempo de ler tudo ou só a manchete?”. 

E por fim sugeriu uma dinâmica aos professores, que pode ser adaptada:

  1. Propor uma reflexão sobre como os alunos usam o celular.
  2. Leitura base. 
  3. Assistir vídeos sobre o assunto. 
  4. Pedir aos alunos pesquisarem sobre o tema.
  5. Discussão e roteirização dos principais achados.
  6. Escrevem um texto para ser falado.
  7. Gravar vídeos no celular.

Você pode assistir à palestra da professora doutora Egle Muller Spinelli abaixo:

Leonardo Corey Belleza e Karolina Monte são bolsistas e repórteres do Registro Digital da Memória e do Turismo na Estância Turística de Piraju – desenvolvimento das habilidades comunicacionais no Ensino Fundamental I e II do Programa USP MUNICÍPIOS

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