São Paulo (AUN - USP) - A vacina contra a gripe destinada às pessoas que têm mais de 60 anos de idade, além de diminuir os riscos de contração da doença ajuda também na prevenção de infartos. Em uma palestra ocorrida recentemente no Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB), o professor José Antonio Franchini Ramires, especialista em cardiologia, ressaltou o papel desempenhado por essa vacina em relação a problemas cardíacos.
Em algumas experiências feitas pelo Instituto do Coração (INCOR) com a maioria dos idosos da cidade de São Paulo, foi observado que a quantidade de infartos sofridos por aqueles que se vacinaram contra a gripe foi muito baixa em relação àqueles que não se vacinaram. De acordo com Ramires, “é como se a vacina estivesse protegendo os idosos contra os infartos”. A vacinação contra a gripe já é indicada por médicos do INCOR para que os idosos se previnam contra problemas cardíacos.
Ao contrário do que muitos pensam, essa vacina não é a causadora da doença. Os vírus presentes nela estão mortos e não se reproduzem, mas são essenciais para que a memória imunológica do corpo dos idosos volte a existir. Ela diminui o risco de contrair a doença em até 90% dos casos e se for contraída após a vacinação ela se apresentará de forma mais fraca. É recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que todas as pessoas com mais de 60 anos de idade tomem a vacina, pois são mais vulneráveis à gripe do que os mais jovens. É contra-indicada a pacientes com doenças sem diagnósticos e doenças crônicas não controladas.
Durante a palestra, José Antonio Ramires salientou também que a Fisiologia é essencial para que os médicos possam conhecer melhor seus pacientes. De acordo com Ramires, “é quase impossível entender o que o doente tem sem ser através da fisiopatologia”. O estudo referente à Fisiologia é tido por ele como um elemento indispensável para que haja um conhecimento maior sobre o corpo humano, ajudando a entender, prevenir e diagnosticar os problemas dos doentes. A integração entre o ICB e a Faculdade de Medicina também foi bastante defendida por ele. O “intercâmbio” de conhecimentos entre essas duas áreas é fundamental na tentativa de entender os motivos e os desdobramentos de várias doenças.