ISSN 2359-5191

16/12/2015 - Ano: 48 - Edição Nº: 130 - Saúde - Escola de Educação Física e Esporte
Estudo mostra que resposta a suplemento pode variar para o mesmo indivíduo
Após algumas sessões de suplementação e treinamento, atletas mostraram variação de desempenho entre elas
Suplementação nem sempre tem o mesmo efeito no atleta / Reprodução Site Ativo

Profissionais de nutrição e educação física sempre ressaltam a importância de um acompanhamento individual, baseados na informação de estudos anteriores que afirmam que cada organismo responde de uma maneira a alguma intervenção. Ao se aprofundar no tema em seu estudo de pós-doutorado, desenvolvido na Escola de Educação Física e Esporte da Universidade de São Paulo (EEFE/USP), Bryan Saunders foi mais além e descobriu que a resposta a um suplemento pode variar não apenas entre as pessoas, mas para o próprio indivíduo.

Segundo o professor Bruno Gualano, que acompanhou o estudo, observar que um mesmo atleta pode melhorar seu desempenho após ingerir um suplemento e, em outra tentativa, com a mesma intervenção e para o mesmo esporte, ver que a resposta mudou, foi uma surpresa. Na nutrição esportiva e no esporte em geral isso é importante porque a amostra que conta é o n = 1, o atleta de maneira individual. Nessa área, dados mais gerais como a média não são muito significativos.  

“Esse trabalho se baseia, basicamente, na ideia de que pessoas não respondem da mesma forma, o que chamamos de individualidade biológica, e isso vale muito para nutrição esportiva. Desde a época do doutorado na Inglaterra, Bryan vinha mostrando que os atletas respondem de uma maneira muito diferente, do ponto de vista de desempenho físico, às estratégias nutricionais. Se um indivíduo recebe um suplemento nutricional, ele pode ter melhora de desempenho, mas outro pode piorar”, disse o professor.

Metodologia

Para a pesquisa, Bryan testou bicarbonato de sódio. Este suplemento age diminuindo a acidose do organismo. Segundo o professor Bruno, a acidose é caracterizada pela sensação de perna dura que fica depois de alguma atividade de alta intensidade, como correr ou jogar futebol, e causa fadiga. Logo, a substância age como tamponante e o pH sanguíneo se torna menos ácido. Na teoria, tudo isso ocasionaria uma melhora no desempenho físico, mas nem todos responderam positivamente.

Os atletas foram submetidos a sessões de treinamentos após a suplementação. Um deles, por exemplo, piorou o desempenho no primeiro teste. No segundo e no terceiro, manteve e no último melhorou. Isso foi apontado como uma resposta individual variável. Os motivos das variações podem ser inúmeros.

“Sabemos muito pouco porque isso acontece, é o que vamos tentar entender a partir de agora. Pode ser porque ele teve algum efeito adverso com o suplemento em uma das sessões, ou pode ser um fator emocional do dia, no qual pode ter brigado com alguém e não ter se esforçado por completo, por exemplo. Em um dos dias, ele pode estar mais desmotivado”, comentou Gualano.

O professor ressaltou que é muito importante o profissional prestar atenção na consistência das respostas dos atletas. Não é possível apontar, de maneira geral, que algum suplemento vai ser bom sempre para todos. Por isso, o acompanhamento é indispensável.  

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