ISSN 2359-5191

11/11/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 132 - Ciência e Tecnologia - Instituto de Biociências
Redes de interação: estudando o panorama geral
Fonte: fatosdesconhecidos

A pesquisa realizada por Cecília Andreazzi pelo Instituto de Biociências da USP revela a importância dos estudos das redes de interação nos processos evolutivos. A pesquisadora trouxe à luz um problema recorrente nos estudos da área: "Os modelos que existem hoje na literatura normalmente estão tratando pares de espécies ou grupos muito pequenos de espécies."

Segundo Andreazzi, excluir a existência das redes prejudica nos resultados das pesquisas, já que ignora outras espécies que também interagem com aquelas que estão sendo estudadas. "As espécies não estão isoladas", faz questão de enfatizar.

Além disso, o estudo também buscava a influência das pressões seletivas nas redes e dos padrões de interação entre espécies e a coevolução. Para isso, a pesquisadora levou alguns conceitos biológicos em consideração, como a modularidade e os aninhamentos.

A modularidade acontece quando espécies interagem mais entre si, como módulos. Já os aninhamentos se referem às situações que não lidam com grupos, mas com seres generalistas e especialistas.

Levando tudo isso em consideração, os estudos de Andreazzi trouxeram resultados muito satisfatórios. Primeiro, ficou claro que, quando uma rede de interações é mais modular, a dinâmica coevolutiva tende a ter mais "corridas armamentistas", ou seja, tende a ter mais disputas entre as espécies. Já quando o aninhamento predomina, existem mais flutuações entre as características de ataque e defesa das espécies.

Em uma outra parte da pesquisa sobre a coevolução, Andreazzi focou na ecologia, ou seja, nos sistemas em torno das redes de interação. Como exemplo, ela usou a agricultura: "Também trabalhei muito com modelos de predadores e pragas da agricultura, porque temos muitos estudos na área, mas poucos que se referem à própria planta."

Nessa situação, os resultados levaram ao entendimento de que a ecologia e a coevolução se balanceiam. Isso significa que se um fator aparece mais, o outro aparece menos, de forma a se equilibrarem. "Se a coevolução é muito forte, as abundâncias não mudam muito, mas os fenótipos [manifestação visível de alguma característica genética] sim, então você teria uma resposta adaptativa, por exemplo", exemplifica Andreazzi.

Para concluir, a pesquisadora traz uma situação mais palpável: "Um exemplo menos subjetivo é o combate de bactérias com vírus bacteriófagos". Ela explica que é importante evoluir a coevolução dessas espécies, levando em consideração a ecologia e as redes de interação, ou seja, os micro-organismos que estão em volta. Andreazzi completa: "A coevolução vai acontecer, e isso deve ser previsto para não termos surpresas desagradáveis".

A pesquisadora conclui pontuando a velocidade da evolução: "Quando pensamos nessa questão, pensamos que o tempo evolutivo é muito longo, mas não. Existem espécies com a evolução muito rápida."

Leia também...

Destaques

Educação básica é alvo de livros organizados por pesquisadores uspianos

Pesquisa testa software que melhora habilidades fundamentais para o bom desempenho escolar

Pesquisa avalia influência de supermercados na compra de alimentos ultraprocessados

Edições Anteriores
Agência Universitária de Notícias

ISSN 2359-5191

Universidade de São Paulo
Vice-Reitor: Vahan Agopyan
Escola de Comunicações e Artes
Departamento de Jornalismo e Editoração
Chefe Suplente: Ciro Marcondes Filho
Professores Responsáveis
Repórteres
Alunos do curso de Jornalismo da ECA/USP
Editora de Conteúdo
Web Designer
Contato: aun@usp.br