Na
imagem: Barco-hospital Floriano Riva Filho,
da Prefeitura de Porto Velho, utilizado pelo
ICB5 para sua expedição científico-acadêmico
pelos rios de Rondônia.
A expedição científico-acadêmica
pelos rios de Rond6onia é um dos principais projetos do ICB5, quando se desenvolvem
atividades de ensino, pesquisa e assistência.
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Não passava das 8 horas da manhã em
Rondônia. Na pequena cidade de Monte
Negro, a 250 km da capital Porto Velho, fazia
um domingo tranqüilo, como todos os
outros dias da semana. Enquanto Cledson ainda
estava à mesa do café da manhã,
na residência do “professor”, Léo
entrava no jardim da casa pelo imenso portão
azul que leva a inscrição “USP”,
e com a calma de todos os dias, encostava
sua bicicleta embaixo de uma árvore.
Ambos então começaram a discutir
sobre o almoço daquele domingo. O
almoço era importante porque seria
a recepção do “professor”,
que em poucas horas chegaria de Porto Velho.
Para os 18 mil habitantes da cidade do interior
de Rondônia, a Universidade de São
Paulo não representa uma figura distante
e inalcançável localizada na
capital paulista. Para eles, “a USP fica
logo ali”, porque Monte Negro acolhe um dos
mais importantes órgãos de
pesquisa, ensino e assistência da Amazônia,
o Instituto de Ciências Biomédicas
5 (ICB5).
O biomédico e administrador do ICB5,
Cledson Júnior, de 26 anos, e Leonardo
Fortunato, responsável pela manutenção
da unidade, aguardavam a chegada do coordenador
da unidade, o professor Luís Marcelo
Aranha Camargo, para aquela que seria uma
semana de intenso trabalho, de suor uspiano
na Amazônia.
“Vim para Rondônia por causa de um
projeto de pesquisa. Era para ficar por apenas
dois anos. Mas comecei a me envolver com
o desenvolvimento do Estado, com a elaboração
de seu sistema de saúde... e acabei
ficando. Já são 17 anos”, relembra
o professor.
O dr. Marcelo, como é conhecido por
seus pacientes (espalhados pelos confins
de Rondônia), chegou ao Estado em 1990.
Recém-contratado pelo Departamento
de Parasitologia do ICB, ele foi ao Estado
convocado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS) da ONU e pelo
Instituto Pasteur de Paris. A tarefa então
era pesquisar a malária brasileira,
que ocorria quase exclusivamente na região
amazônica.
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