“A USP fica logo ali”

 


Professor Marcelo com alguns alunos formados pelo ICB5: (da esquerda para direita) Janaína Souza Vera, Prof. Marcelo, Rodrigo Arçari e Fernanda Silva Alves

 


Detalhe do laboratório

O ICB5 possui hoje uma área construída de 500 m², entre diversos laboratórios, biblioteca, sala de informática, serpentário, insetário e um alojamento para professores, pesquisadores e estudantes, que pode abrigar até 50 pessoas. E, separada do ICB5 por apenas um portão, está a casa do professor. Dentre suas principais atividades e projetos de pesquisa, estão os relacionados com o estudo da malária, doença de Chagas, leishmaniose, capilaríase hepática, cromoblastomicose e desnutrição, envolvendo profissionais de diversas instituições, como a Faculdade São Lucas (de Porto Velho), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Instituto Butantan, Fundação Instituo Osvaldo Cruz (FIOCRUZ), Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), Instituto de Química da USP e a Faculdade de Odontologia de Bauru (FOB/USP).

O instituto promove ainda alguns cursos, principalmente nas áreas de micologia, bacteriologia, entomologia médica e manejo de animais peçonhentos; oferece, durante uma semana a cada mês, atendimento médico para a população de Monte Negro e arredores; e organiza, uma vez por semestre, uma expedição pelos rios Machado e Preto, de Rondônia, oferecendo atendimento médico para as comunidades ribeirinhas. “Além de levarmos assistência médica para essas pessoas que estão na periferia do sistema, pinçamos, entre um e outro, muitos casos interessantes para nossas pesquisas”, diz o Dr. Marcelo. E continua: “Esse trabalho de campo, neste nosso sertão, é fundamental, mas é preciso ter o cordão umbilical ligado a uma instituição como a USP, que nos mantém atualizados e abre muitas possibilidades”.

“É um instituto de importância mundial, porque a maioria das doenças infecto-contagiosas surgem em regiões virgens, pouco habitadas, como esta. Temos a possibilidade de presenciar um processo puro. Fica mais fácil descobrir onde e como surgem as doenças, antes que elas sofram as diversas mutações que geralmente ocorrem”, ressalta o biomédico Cledson Júnior.

Para o dr. Marcelo, além da dificuldade financeira, o principal desafio do ICB5 é colonizar a unidade, pela falta de interesse dos profissionais da região centro-sul do País. “Para muitos profissionais de fora, formados e preparados, é difícil encarar uma região isolada como esta. Por causa disso, o ICB5 está formando um grupo de Rondônia, principalmente de PortoVelho, criando uma massa crítica local, que está sendo treinada e capacitada”, avalia o porto-velhense Júnior. “Todo esse desafio e a sensação de ser útil é que me faz ficar aqui. Ensinar os alunos e realizar os atendimentos é uma gratidão diária, que não me deixa voltar. E vou ficar aqui para sempre”, conclui o dr. Marcelo.

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