Ricardo Bretani nasceu na Itália e
veio para o Brasil com apenas um ano de idade.
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Mais que ter qualidade e ser internacionalmente
competitiva, qualquer pesquisa tem
que servir como um instrumento para
formar pessoas. Essa é a opinião
do cientista Ricardo Renzo Brentani,
que a ela fez jus no decorrer de toda
a sua carreira. Do ingresso na Faculdade
de Medicina (FM) da USP à presidência
do Conselho Técnico-Administrativo
da Fapesp, passando pela direção
do Hospital do Câncer e do Instituto
Ludwig, o professor fez grandes descobertas
e influenciou a formação
de muitos jovens cientistas hoje renomados.
Brentani nasceu aos 21 de julho de 1937,
em Trieste, na Itália. Filho de
Segismundo e Gerda Brentani, veio para
o Brasil com apenas um ano de idade. Em
São Paulo,
deu início a uma vida de estudos
que seria longa. Fez o primário
na Escola Britânica e o ginásio
e o científico (antigo ensino médio)
no Instituto Mackenzie. Embora o pai fosse
um empresário e a mãe uma
artista-plástica de certo renome,
resolveu enveredar para a ciência. “Eu
sou a ovelha negra da família. Sempre
quis ser médico, desde garoto”,
relembra.
O ingresso no curso de Medicina da USP
aconteceu em 1957, quando já pôde
ter o seu primeiro contato com a pesquisa. “Não
tinha muita coisa para calouro fazer na
faculdade, então eu fui xeretar
como era o laboratório e me apaixonei.” Naquele
mesmo ano, Brentani já estava trabalhando
com Isaías Raw, ex-diretor do Instituto
Butantan, que na época era seu professor.
Com o término da faculdade, partiu
direto para o doutorado, também
orientado por Raw. Brentani conta como
isso aconteceu: “Um dia ele [Isaías
Raw] entrou no laboratório e falou:
Brentani, eu acho que esse negócio
aí dá uma tese, pode escrever”.
Ele devia ter razão, porque minha
tese foi publicada na Nature [renomada
revista de divulgação científica]”.
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