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Bretani, sua esposa e netos.

 

©: Francisco Emolo
“Meu pai dizia que eu sou vagabundo. Para ele, trabalho é só o que aborrece. O que você gosta é hobby. Meu hobby é meu trabalho.”


Sobre as perspectivas de cura para o câncer, Brentani é bastante confiante: “O que nós estamos buscando são maneiras de melhorar diagnóstico e prognóstico, usando ferramentas de biologia molecular, de forma a saber se o tumor de tal paciente vai ou não responder a tal tratamento. Acho que a tendência da medicina é ser cada vez mais customizada, mais personalizada. E nós temos condições para isso. Já descobrimos a causa de 75% dos tumores. Porque não vamos descobrir a causa do resto?”

Brentani casou-se cedo. Mais exatamente, no mês de abril do quinto ano de sua faculdade. Foi no ambiente universitário que conheceu Maria Mitzi, quando ela, que era química, foi trabalhar no laboratório. “Assim que a vi, eu falei – preciso me casar com essa moça”, conta. Hoje, o casal tem quatro filhos e dez netos. O médico explica que nunca deixou de jantar em casa: “Minha vida inteira trabalhei em horário comercial. Entrava um pouco mais cedo, não às 8h, e saía um pouco mais tarde, não às 17h. Já levei filho em circo, jogo de futebol, parque de diversões, tudo o que tem direito eu fiz. E não me arrependo. Acho que se você se organiza, oito horas de trabalho rendem pra burro”.

Muitos prêmios e condecorações têm coroado a carreira profissional de Brentani. Para citar apenas os mais recentes, em novembro de 2006, ele recebeu a Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico do Presidente da República do Brasil. Em junho deste ano, o cientista foi um dos ganhadores do Prêmio FCW de Ciência e Cultura 2006, na categoria Medicina, concedido pela Fundação Conrado Wessel.

O Conselho Técnico-Administrativo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo tem Brentani como seu atual diretor-presidente. Sua função, como ele mesmo a define, é avaliar se os projetos respeitaram os princípios da boa prática, a fim de assegurar ao usuário que o processo é o mais justo possível. “A pesquisa científica no Brasil tem crescido muito. Já é de longe a maior na América Latina e a perspectiva é crescer mais”, afirma.

Brentani gosta muito de levar seus netos ao cinema. Se pudesse, os levaria também ao circo. Só não o faz porque seus netos são “modernos” e não gostam de circo. Mas diz que não tem hobby. “Meu pai dizia que eu sou vagabundo. Para ele, trabalho é só o que aborrece. O que você gosta é hobby. Meu hobby é meu trabalho.”

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