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Marco Raupp chega à SBPC com bagagem de sobra
Durante os 40 anos de carreira, a ciência o dividiu entre pesquisador e gestor dos mais importantes centros científicos do País. No novo desafio, o livre-docente do IME (Instituto de Matemática e Estatística da USP) Marco Antônio Raupp amacia a cadeira de presidente da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) desde julho e aposta na sua experiência para traçar uma nova história.
O gaúcho nasceu em 1938, cidade de Cachoeira do Sul, a 196 km de Porto Alegre. Àquela altura, os alemães da família já conservavam um século de imigração. Os primeiros Raupps eram dois irmãos, militares a serviço do Império brasileiro e encarregados de fiscalizar os caminhos entre Santa Catarina e a colônia Sacramento, cenário tumultuado por espanhóis e portugueses.
Cem anos mais tarde, o ambiente sulista não estava mais calmo. Quando Raupp nasceu, seu país materno entrava na Grande Guerra contra o país de seus descendentes.
“Aí acabaram as tradições. Na época, as escolas do Rio Grande do Sul davam todos os cursos em alemão. Mas durante a guerra, tudo isso foi liquidado, foi proibido. Se alguém falasse na língua, o pau cantava! Por isso não aprendi alemão”, recorda.
“Mas não falo isso por crítica. Medidas desse tipo ajudam, pelo mal ou pelo bem, a congregar a nação. É difícil um país do tamanho do Brasil com uma população em que todo mundo fale a mesma língua.”
Certamente, esse ponto de vista relacionado à valorização da unidade revela muito sobre o perfil do acadêmico Marco Antônio Raupp. Afinal de contas, sua história pessoal é mesclada à história de diversas sociedades científicas, onde assumiu a função de tangenciar pluralidades. Seu cargo atual é o de presidente da SBPC.
A Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência foi fundada em 1948 com a proposta de orientar os investimentos e pesquisas científicas. A missão começou em 1948, se mantendo desligada de partidos políticos ou fins lucrativos. Ao longo desses 59 anos, a presidência já foi ocupada por outros nomes da USP, como o geógrafo Aziz Ab'Sáber e o geneticista Crodowaldo Pavan.
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