O presidente matemático

 

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Pela primeira vez na história da SBPC, houve empate dos candidatos à presidência. À esquerda, Marco A. Raupp, seguido pelo farmacólogo Renato Balão Cordeiro, da Fiocruz


A gestão de Raupp começou em julho e vai até 2009. Antes disso, porém, teve que vencer as eleições apertadas contra o farmacólogo Renato Balão Cordeiro, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz). Pela primeira vez na história da SBPC, houve empate dos candidatos: 579 votos para cada, obrigando uma segunda votação, em que o vencedor teve diferença de apenas 15 votos.

Muito bem-humorado, com o broche da SBPC espetado no lado esquerdo do paletó, o professor Raupp comparece semanalmente na sede, ali na paulistaníssima Rua Maria Antônia, Vila Buarque, vizinha ao Mackenzie.

“Minha marca vai ser um esforço no sentido de cobrir alguns gaps, alguns distanciamentos do sistema de ciência e tecnologia com relação a outros vários setores fundamentais para o desenvolvimento do País”, afirma o professor, com caneta e papel à mão, prontos para alguns rabiscos e indicações enquanto fala.

Os gaps e fragilidades da academia no Brasil, segundo interpreta, são a falta de entrosamento entre universidades públicas e empresas, a concentração dos centros de pesquisa no Sul-Sudeste e o fraco ensino médio. (Veja as críticas de Raupp em Opiniões).

A indicação do norte é garantida pelo homem de cabelos grisalhos que já navegou como diretor/presidente/pesquisador de vários centros: Departamento de Matemática Aplicada do IME/USP, Universidade de Brasília, Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Parque Tecnológico de São José dos Campos (onde é diretor atualmente), Fundação Parque de Alta Tecnologia de Petrópolis e Instituto Ciência Hoje.

Algumas, além de dirigir, também ajudou a fundar. É o caso do Instituto Politécnico do Rio de Janeiro, em Nova Friburgo, 1990. Hoje incorporado pela Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), o instituto foi o primeiro centro de pesquisa fora da capital no Estado, abrindo a interiorização consolidada pela Universidade do Norte Fluminense, instalada quatro anos depois pelo antropólogo Darcy Ribeiro.

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