Jornalistas africanos e especialistas afro-brasileiros de várias áreas debatem, hoje, suas idéias sobre raça, mídia e democracia

No segundo dia do Encontro Internacional África-Brasil, uma mesa-redonda reúne, no período da manhã, cinco expositores e um mediador que vão relatar suas perspectivas sobre a temática e os estudos que realizam em seus países de origem - África do Sul, Camarões, Gana, Quênia, Ruanda e Tanzânia. Na parte da tarde, vários convidados participam dos painéis sobre questões raciais e de etnia em meios como TV, rádio, impressos, cinema, musica e dança. Uma mostra com quatro documentários vencedores do Prêmio Palmares de Comunicação 2005 e a exibição do longa “Abolição” encerram os trabalhos de hoje.

São Paulo, 13 de outubro de 2005 – É bastante variada e rica em debates a programação do segundo dia do Encontro Internacional África-Brasil sobre o tema Igualdade racial: um desafio para a mídia. Os trabalhos prosseguem no SESC da Vila Mariana (rua Pelotas, no. 141). O evento, que se encerra amanhã, dia 14/10, é uma iniciativa conjunta da Universidade de São Paulo, por meio de seu Núcleo de Comunicação e Educação (NCE-USP), Instituto Internacional de Jornalismo e Comunicação (IIJC) de Genebra e SESC-SP e conta com o patrocínio da Companhia Vale do Rio Doce, Paulus Editora, South Africa Airways e Coordenadoria dos Assuntos da População Negra (CONE), órgão vinculado à Prefeitura do Município de São Paulo.

“O público brasileiro vai ter a oportunidade, nesse segundo dia do encontro, de tomar contato com a rica experiência trazida pelos jornalistas africanos, conteúdos inéditos para a maioria da platéia. Além de acompanhar uma ampla discussão na parte da tarde sobre a mídia e a abertura ou obstáculos que há em vários meios de comunicação para a reflexão e prática da igualdade racial”, destaca o Prof. Ismar de Oliveira Soares, coordenador do NCE/USP e presidente do Instituto Internacional de Jornalismo e Comunicação.

Programação - Hoje, a partir das 9h, uma mesa-redonda com seis convidados africanos abre os trabalhos – haverá tradução simultânea. Akosua Perbi, de Gana, dará destaque em sua fala para a história da escravidão no continente africano. Francis Rangoajane, da África do Sul, relatará a liberdade de imprensa pós-aparthaid e o predomínio do poder e perspectivas da minoria branca em seu país. Stephen Rweikiza, da Tanzânia, e Emmanuel Kuha Indyer, da Nigéria, analisam o papel dos jornalistas e dos meios de comunicação na construção de uma democracia racial. O indiano Joseph Chittilappilly, Secretário Geral do Instituto Internacional de Jornalismo e Comunicação, de Genebra, Suíça, mediará o debate.

Os trabalhos da tarde serão precedidos de uma apresentação, às 13h, do grupo O Canto de Minas a 4 Vozes. Às 14h30 têm início cinco painéis centrados na análise da comunicação impressa, rádio, cinema, TV, música e dança e suas relações com as questões étnicas. O jornalista Flávio Carrança vai falar sobre a experiência da Cojira, Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Sindicato dos Jornalistas do Estado de São Paulo, que mesmo lutando contra grandes dificuldades conseguiu reunir profissionais para refletir sobre as relações entre racismo e imprensa e, juntos, tentar buscar soluções. Guilherme Canela, coordenador de Relações Acadêmicas da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (ANDI), vai apresentar o mais recente estudo de sua ONG, intitulado O recorte étnico-racial na cobertura social brasileira: uma ausência flagrante.

A partir das 17h30, haverá a mostra de documentários vencedores do Prêmio Palmares de Comunicação 2005 seguida da exibição do longa-metragem “Abolição” (1988), com o objetivo de resgatar a produção do cineasta negro Zózimo Bubul.

Saiba mais:
Inscrições www.sescsp.com.br
Informações sobre o evento www.usp.br/nce ou www.sescsp.com.br
Para falar com a Comissão Organizadora envie mensagem para o e-mail: africabrasil@usp.br