O presente artigo trata da questão da justiça na obra Grande sertão: veredas,
de Guimarães Rosa, tendo como base a teoria da dupla estrutura narrativa do romance,
desenvolvida por Cavalcanti Proença. Pretende-se com isso demonstrar que a justiça, no
romance, surge em dois planos: um objetivo, que representa toda a complexidade das
relações humanas, e um subjetivo, que ilustra o próprio conflito humano em busca de
algo que transcenda a própria existência. O artigo conclui que o sertão de Guimarães
Rosa é uma terra fendida entre o real e o simbólico e que a justiça, nas páginas do
romance, personifica-se em cada um dos principais personagens.
Este artigo analisa a relação homem-animal no conto “meu tio o Iauaretê”, de Guimarães Rosa. Entende-se aqui que a metamorfose física, que ocorre ao final da história, é parte de uma transformação maior e mais completa, que antecede a primeira e se torna visível nos hábitos, na linguagem, nos sentimentos e nos gostos do onceiro-narrador. O artigo concluiu que a metamorfose, no conto rosiano, não ocorre em um movimento brusco e inesperado, mas em um longo processo de mudança de identidade, no qual a cultura e a humanidade são rejeitadas em favor da natureza ancestral.