O presente artigo trata da questão da justiça na obra Grande sertão: veredas,
de Guimarães Rosa, tendo como base a teoria da dupla estrutura narrativa do romance,
desenvolvida por Cavalcanti Proença. Pretende-se com isso demonstrar que a justiça, no
romance, surge em dois planos: um objetivo, que representa toda a complexidade das
relações humanas, e um subjetivo, que ilustra o próprio conflito humano em busca de
algo que transcenda a própria existência. O artigo conclui que o sertão de Guimarães
Rosa é uma terra fendida entre o real e o simbólico e que a justiça, nas páginas do
romance, personifica-se em cada um dos principais personagens.
Partindo do “julgamento” a que é sujeito o chefe-jagunço Zé Bebelo e da análise do conto “A Hora e Vez de Augusto Matraga”, este artigo analisa a constituição de um código de lei particularíssimo, consuetudinário, onde a lei-de-morte será norma de conduta em Grande sertão: veredas.