Há alguns anos publiquei uma análise do conto "Nenhum, nenhuma", na qual procurei demonstrar que, na topografia rosiana, há um lugar que é "nenhures". Prossegu indo na mesma linha, pretendo analisar o conto "Lá, nas campinas" (Tutaméia), cujo núcleo é uma lembrança obsessiva da infância da personagem. Essa análise será articuladaa outros textos de Guimarães Rosa, em que o autor especifica vários tipos de "saudades". Procurarei demonstrar que, entre a "saudadede idéia" e a "saudade de coração" (Grande sertão: veredas), o segundo tipo é uma abertura para o conhecimento do inconsciente, e que os contos centrados nesse tipo de saudade convidam o crítico a recorrer à psicanálise.
Prosseguindo o trabalho que tenho desenvolvido acerca do lugar do inconsciente na obra rosiana, esta comunicação trata do lugar dos "loucos". As personagens de "Nenhum, nenhuma" e "Lá, nas campinas", por mim estudados anteriormente, manifestam uma perturbação nas relações de seus eus atuais com lembranças obsessivas de lugares lembrados (relações neuróticas). Em outros contos, encontramos personagens que sofrem uma perturbação nas relações de seus eus com o mundo exterior, ou social (relações psicóticas). Pretendo analisar o modo como Guimarães Rosa desenvolve essa ?tópica da loucura? nos seguintes contos: ?Sorôco, sua mãe, sua filha?, ?A terceira margem do rio? e ?Darandina?.