O texto tem por objetivo analisar como o regionalismo, centrado na representação de relações sociais e humanas e relacionado ao universalismo, tem sido aplicado a Guimarães Rosa e como se mantém atualmente num escritor como Ronaldo Correia de Brito. Para tanto, apresenta reflexões sobre a sobrevivência do termo regionalismo, sua aplicação à obra rosiana -- especialmente em uma composição de Tutaméia -- e sua reposição na atualidade em um conto de Correia de Brito.
Propõe-se um exame da ficção de Guimarães Rosa por meio das contribuições teórico-metodológicas legadas por sua recepção crítica. Com a sua formulação do conceito de supra-regionalismo, Antonio Candido denota a simultânea ruptura que faz a criação rosiana, primeiro com o sertão factual, depois com a temática regional da Literatura Brasileira, tendência estética historicamente marcada pelo exótico e pictórico. Por fim, o artigo ressaltará, sob a ótica da Estética da Recepção, a importância do leitor para a (res)significação da narrativa ficcional.
Este artigo tem por finalidade refletir sobre as contradições entre a forma literária – em seu processo de composição, ou seja, o trabalho do escritor – e o processo social, principalmente nos problemas que surgem na representação do outro de classe nas narrativas de Graciliano Ramos e Guimarães Rosa. Buscou-se estabelecer na própria narrativa como São Bernardo e Grande sertão: veredas formularam questões acerca do problema da representação em nações periféricas.