Ao interpretar o percurso do viajante desse conto e sua exclusão no vilarejo, o ensaio pretende oferecer pistas para promover a leitura de Guimarães Rosa nas escolas, com o objetivo de dinamizar o conhecimento da literatura em língua portuguesa junto às outras áreas de estudo na Educação Básica e em grupos de leitura que promovam a inclusão. Dentre os múltiplos traços que determinam o caráter cômico de Jeremoavo, protagonista do conto “Barra da Vaca”, em Tutaméia terceiras estórias, de João Guimarães Rosa, podemos destacar expressões que descrevem suas qualidades físicas e qualidades morais, em muitos casos representadas por chistes próprios da obra rosiana. Mas Jeremoavo é um estranho viajante que causa temor entre os habitantes da pequena povoação em que o sertanejo chega doente. Nesse perfil, encontra-se a aproximação entre ele e o homem, descrito por Euclides da Cunha; como indivíduo enganado, aproxima-se a Dom Quixote, de Cervantes; e, antes disso, ao herói bíblico de Lamentações, o que sugere a essa pequena narrativa rosiana a possibilidade de ser estudada com o método intertextual.
“Lá, nas campinas”, conto de Tutameia – terceiras histórias, de Guimarães Rosa, é um texto que nos possibilita refletir sobre a relação do homem e a paisagem e, consequentemente, sobre o que o identifica com o lugar de sua experiência histórica. Este artigo propõe uma reflexão crítica do referido conto no que diz respeito a questões que discorrem sobre lugar (“Lá, nas campinas...”), num Drijimiro que traz consigo uma geografia da alma, do coração, da imaginação, além de desenvolver uma reflexão filosófica e, também, enfatizar os seus aspectos linguísticos, dada a riqueza do vocabulário rosiano, relacionando-o ao lugar.