In this dissertation, I describe how popular culture was represented in the experimental narratives of 20th Century Brazilian Literature. Taking advantage of their dialogic properties, I study how three experimental novels (Macunaima, Grande Sertao: Veredas and A hora da estrela) incorporate, reproduce, and undermine other discourses referring to the people. In a culture in which literature is commonly read as a resonance box of other kinds of discourses, I foreground how the representations created by these novels differ from other discourses---especially the essay---and cast new light to the notion Brazilian culture.
Os romances canônicos latino-americanos Grande Sertão: Veredas (João Guimarães Rosa, 1956)
e Pedro Páramo (Juan Rulfo, 1955) refletem-se através das suas fronteiras lingüísticas e outras
devido a seus usos de espaços literários e regionais. Estudos prévios de ambos os trabalhos
freqüentemente concentram-se – como muitos estudos dos trabalhos individualmente – em uma
dicotomia percebida entre o material local e regional, e a técnica estética inovadora, até
“universal.” No entanto, a relação entre o cenário e a forma nos trabalhos tem pouco a ver com
conflito. Antes, a análise simultânea das obras demonstra que, em ambas, as paisagens regionais
arquetípicas são a fundação detalhada para a construção narrativa de espaços (meta)físicos
complexos que são centrais às obras: espaços ao mesmo tempo espirituais e localizados. O
verdadeiro paradoxo dos romances, a sua dicotomia aparente que é ao mesmo tempo unidade,
fica na confluência dos reinos físicos e metafísicos em tanto o sertão dos percursos de Riobaldo
como o Jalisco da herança terrível de Juan Preciado: para um, a terra e caminho (sertão e
veredas) no qual talvez residam Deus e o Diabo, e para o outro, um povoado no qual a maldade
feita e a corrupção espiritual resultaram num purgatório interativo e amarrado à terra.
A complexidade destes reinos (meta)físicos é executada pelas técnicas inovadoras da narrativa
nas obras, tanto nas preocupações e experiências comunicadas pelos protagonistas, como no
forjamento de paradoxo, incerteza, e lacunae textuais nas narrativas em si mesmas. Em muitos
aspectos, os espaços são as suas narrativas: o sertão e os caminhos de Riobaldo nele são como o
“redemoinho” do refrão dele, um redemoinho narrativo, e o Comala da experiência de Juan
Preciado, e em conseqüência do leitor/da leitora mesmo/a, é uma colcha tecida como isso dos
campos semeados e abandonados, sua colheita as vozes dos mortos sem redenção. As texturas
dos trabalhos, as aberturas forjadas neles, mais os seus pontes narrativos ao/à leitor/a, criam
espaços de participação, até de integração: espaços literários da co-construção de leitor/autor de
espaços telúricos de paisagem (meta)física.
O cenário e a forma não estão em conflito: é devido às técnicas narrativas complexas e criativas
que o sertão e Comala se transformam, em colaboração com o/a leitor/a, em geografias
poderosamente internalizadas de origem tanto material como imaterial – geografias (meta)físicas
para explorarem as preocupações das obras acerca da identidade, a violência, a redenção, e a
relação humana com a terra.