Analisaremos neste artigo os contos “Bambo”, de Miguel Torga, e “O Porco e Seu Espírito”, de Guimarães Rosa. Procuramos demonstrar que a narrativa torguiana traz a representação de um animal, um sapo, como portador de conteúdos ignorados pelas personagens humanas da narrativa, sendo detentor de saberes, e, no caso do conto rosiano, explanar que o animal, um suíno, ser situado à margem do homem, pode representar signos que possibilitam uma identificação humana.
La vieille histoire de Perrault et des Grimm est très présente dans la littérature brésilienne. Cet article étudie quatre récritures publiées sous la dictature militaire liberticide qui domina le pays de 1964 à 1985 : Chapeuzinho Vermelho, parodie humoristique du discours universitaire et scientifique par Millôr Fernandes(1967) ; Chapeuzinho vermelho de raiva (Petit chaperon rouge de rage) de Mario Prata (1970), texte dans lequel le loup, travesti en grand-mère, est plus « branché » et plus préoccupé de son apparence que menaçant pour la petite fille ; Chapeuzinho Amarelo (Chaperon jaune), très beau poème destiné aux enfants de Chico Buarque (1979) qui invente un moyen poétique de triompher de toutes les peurs enfantines. C’est encore de la peur que parle le très grand écrivain brésilien plurilingue Guimarães Rosa, dans Fita verde no cabelo (Ruban vert sur les cheveux), « nouvelle vieille histoire » dans laquelle c’est la mort et non le loup que rencontre la jeune fille parvenue au chevet de sa grand-mère.
A presente pesquisa apresenta como proposta uma análise comparativa de contos dos ficcionistas Guimarães Rosa e Miguel Torga, a partir da representação do animal humanizado em algumas narrativas. Através de levantamento bibliográfico, constatamos expressiva e singular representação de bichos na obra dos escritores referidos, que dialoga em momentos diversos. Interessa-nos, dessa forma, apurar de que maneira o animal dotado de características humanas está representado nas narrativas, bem como de que modo os autores mencionados abordam a relação entre o bicho, o homem e o mundo que os rodeia, que, no caso das obras dos autores citados, está situado, físico e emblematicamente, sobretudo, no meio rural. A nossa leitura privilegia as implicações da relação humano-animal em textos dos escritores aludidos, implicações que se baseiam, principalmente, em saberes alternativos, identificações e dicotomias. O corpus selecionado são os livros: Bichos, de Torga, e Ave, palavra, Estas estórias e Sagarana, de Guimarães Rosa. Cabe apontar, também, que tomamos como operadores de leitura a noção de antropomorfismo e o recurso da análise comparada.
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