In his article "Guimarães Rosa's 'São Marcos' and Race and Class" Paulo da-Luz-Moreira analyzes a pivotal short story in João Guimarães Rosa's oeuvre. Published in Sagarana, Guimarães Rosa's first short fiction collection, "São Marcos" has an extremely complex structure in its juxtaposition of layers of idiosyncratic and careful ethnographic and literary erudition, making the story a challenge to critics and readers alike. Guimarães Rosa worked exhaustively on this unique piece that touches with disconcerting openness on issues of strained racial and class relations in Brazil and expounds on the power of language and on the delicate point upon which one's identity, beliefs, and social class hinge. da-Luz-Moreira argues that "São Marcos" is a seminal text that suggests a potential social contract based on respect and humility in Guimarães Rosa's description of Brazilian society and where the characters represent protagonists in most of his fiction -- jagunços, cowhands, posseiros, agregados, ex-slaves, gypsies, beggars, vagrants, children, prostitutes, and other marginal figures -- whom Guimarães Rosa never demonized or idealized, but observed and described lovingly.
Análise do livro Ave, palavra, de João Guimarães Rosa, com a indicação de suas características: a metalinguagem, a busca da palavra exata, a experimentação linguística e a descrição poética de seres e paisagens, a intertextualidade, a escrita da poesia, o lirismo e a duplicação do narrador/autor. O volume representa a compilação, feita por Paulo Rónai, de textos de qualidade irregular, que serviriam de matéria prima para que Guimarães Rosa desenvolvesse em outros textos, tal como fez com fragmentos de Magma.
O objeto de estudo desta tese são algumas das narrativas elaboradas por João Guimarães Rosa e compiladas nos livros: Sagarana, Primeiras Estórias, Estas estórias, Ave, palavra, Corpo de Baile e Grande Sertão: Veredas. A análise deste corpus tem a finalidade de verificar até que ponto essas narrativas ajudam a repensar o conceito de homem cordial presente no pensamento sociológico brasileiro, tendo em vista, sobretudo o desenvolvimento deste conceito no ensaio Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda (doravante SBH). Dada a inscrição dessas narrativas entre o sertão arcaico e a fundação do ambiente urbano brasileiro, mesmo panorama discutido por SBH, a partir da argumentação desenvolvida, concluiu-se que há um reaproveitamento estético de algumas das principais discussões desenvolvidas por SBH, sobre as raízes da sociedade brasileira. Acredita-se que tal reaproveitamento estético permite que a cordialidade ressoe no corpus analisado, o que nos leva a forjar aqui o qualificativo de poética da cordialidade para as narrativas produzidas por JGR e a enxergar no perfil biográfico desse autor um intérprete do Brasil.
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