A proposta deste artigo é ler “A hora e vez de Augusto Matraga” como uma narração do sertão que o define como um espaço geográfico específico, mas também, e principalmente, como um espaço simbólico e imaginário relacionado à nação. Para tal delimitação, salientamos as fronteiras e as diferenças que o texto narra e que acabam por solapar classificações dualistas na interpretação do Brasil. Assim, atentamos, principalmente, para as caracterizações da personagem que dá título à novela, pois lemos a estória seguindo sua trajetória, passeando pelo sertão: imaginando códigos e leis baseados na oralidade e não na institucionalidade e na escrita. Por esse viés, olhamos a violência e a vingança pessoal como estratégia narrativa que define fronteiras simbólicas: o sertão é a fronteira imaginária de uma geografia mítica, espaço fora-da-lei, mas, ao mesmo tempo, síntese nacional.
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