O presente trabalho, resultado parcial da pesquisa que desenvolvo em meu Mestrado, vem abordar alguns questionamentos sobre a leitura que acredito serem intrínsecos a Grande sertão:veredas. Através de uma analogia entre o narratário, ou seja o visitante para quem Riobaldo conta sua história, e o leitor empírico da obra, abordo o romance rosiano como uma narrativa que reflete metalinguisticamente sobre a problemática da leitura. A partir dessa idéia, passo a a nalisar que tipo de leitura nos propõe o protagonista do romance.
Acredita-se que a polaridade do jogo de xadrez encontra-se enraizada na matéria ficcional de Guimarães Rosa sob matizes diversificados, desdobrando-se em outros jogos, como o do olhar, que delineia, por sua vez, interesses variados, relacionados ao amor, à sedução, ao erotismo, ao interesse político e ao interesse privado, sendo o jogo da linguagem aquele que alicerça a todos. A análise desse discurso ideológico priorizou dois contos de momentos enunciativos distintos (1946 e 1956, respectivamente) na produção rosiana, justamente para tentar aclarar a perspectiva enxadrística de uma maneira mais enfática em um, e mais subjacente em outro: Minha gente e Buriti. No tabuleiro destas duas estórias, o viés mítico, atado ao feminino, e o psicanalítico freudiano, em especial, aparecem, quando convocados pelo texto literário, para embasar a análise.
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