O presente trabalho pretende aproximar dois
romances latino-americanos publicados à distância de um ano entre si e
que representam um momento fundamental da literatura do México e do
Brasil. São eles: Pedro Páramo, de Juan Rulfo, e Grande Sertão:
Veredas de Guimarães Rosa. Embora os dois romances apresentem
características diferenciadas, é possível estabelecer pontos de
convergência no que diz respeito ao tratamento dado a determinado tema
– o espaço americano, por exemplo – assim como à linguagem
privilegiada para expressar um mundo em formação, ainda não totalmente
nomeado e no qual a trajetória do herói moderno se confronta com o
desafio da saída do mundo coletivo para a entrada no mundo da
individualidade. A cultura popular e a oralidade do contexto
específico a cada autor servem, nos dois casos, como pano de fundo que
sustenta determinada construção dos universos ficcionais dos autores,
aqui postos em diálogo.
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