Em entrevista a Günter Lorenz, João Guimarães Rosa justifica o uso recorrente que faz do paradoxo
definindo-o como um dispositivo capaz de expressar algo para o qual não existem palavras. Anos
mais tarde, em seu livro A Metáfora Viva, o filósofo francês Paul Ricoeur, insatisfeito com a
concepção da metáfora como simples ornamento do discurso, propôs revitalizá-la aproximando-a
do paradoxo. A verdadeira metáfora, a metáfora viva, constituir-se-ia não apenas por uma relação
de similaridade entre dois termos, mas também pela dessemelhança observável entre eles. Partindo
da afirmação de Rosa e das reflexões de Ricoeur, desenvolvo no presente trabalho uma análise da
construção do tempo em Grande sertão: veredas.
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