Este artigo aborda dois contos do livro Primeiras estórias (1961), de João Guimarães Rosa, “A menina de lá” e “Partida do audaz navegante”. A intenção é refletir de que modo a linguagem do autor revela uma perspectiva não realista no tratamento dado ao enredo; para isso serão trazidos alguns elementos de composição próprios do discurso fantástico tradicional e assim esclarecer pontos de contato e divergência com a realização de Guimarães Rosa. Por meio da abordagem dos efeitos fantásticos da linguagem roseana veremos que em “A menina de lá” a linguagem infantil, fora do uso utilitário do mundo adulto, altera as relações de causa e efeito instaurando o milagre. Em “A partida do audaz navegante” a linguagem infantil, num outro viés, estabelece-se como criação poética e se sobrepõe à realidade tangível, subvertendo-a.
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