Este trabalho constitui-se em uma leitura crítica do conto de autoria de João Guimarães Rosa intitulado A menina de lá, que integra o livro Primeiras estórias, publicado originalmente no ano de 1962. Buscamos ressaltar como, por intermédio da manipulação estética da palavra, o escritor de Cordisburgo conduz o leitor através de diferenciadas geografias, levando-o a perpassar e a reconhecer as percepções características não apenas do Sertão, mas também do mundo das crianças e do mundo dos adultos. Nesse exercício da palavra, ao entrar em contato com as potencialidades e peculiaridades da linguagem que caracteriza a personagem Nhinhinha, é possível ao leitor desvendar a realidade posta entre o mundo prático dos adultos – localizado na geografia previsível e racional do mundo de cá – e o sentido onírico e surpreendente, além de outras dimensões que se estabelecem nas fronteiras do mundo lá, mundo permeável à entrada das crianças e daqueles que manejam a palavra como elas.
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