Esse trabalho analisa como o crítico e músico José Miguel Wisnik aborda em sua obra a
literatura através das figuras canônicas Machado de Assis e Guimarães Rosa. Para tanto, o
método utilizado foi o de análise de ensaios do crítico paulista que versassem sobre a
importância da literatura brasileira. O corpus é composto pelos ensaios “Machado maxixe”,
de 2004 e “O famigerado”, publicado em 2001, além de entrevistas e resenhas da obra de
Wisnik. Mesmo fazendo incursões imanentistas no texto, em alguns momentos, buscando
pistas nas construções literárias e valorizando a forma de escrever de ambos, o crítico
aproveitou o que seria o fundo histórico para destacar as saídas positivas para o Brasil. Em
nenhum momento se observa a falta de cuidado com a especificidade do literário problema
percebido na crítica positivista, naturalista e no marxismo vulgar, nem um formalismo que
confina o literário num contexto socialmente irrelevante e etéreo. A dialética interpretativa,
identificada na obra de Wisnik, aliada ao seu conhecimento de teoria musical e a um
posicionamento mais positivo perante a história brasileira, portanto, configura uma
perspectiva interpretativa em diferencial.
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