O trágico tem sido estudado na recepção crítica de Guimarães Rosa: Kathrin Rosenfield, Eduardo Coutinho e Evelina Hoisel, tornando-se necessário analisar e confrontar as interpretações propostas, em busca de possíveis constantes hermenêuticas e relações entre as principais teorias da tragédia e/ou trágico (Aristóteles, Schiller, Schopenhauer, Nietzsche, etc.) e a obra do autor mineiro.
Neste artigo, propomos uma leitura de Grande sertão: veredas atualizando a perspectiva do trágico aristotélico a partir da filosofia do trágico. Em nossa concepção, a relação de Riobaldo e Diadorim, desde seu primeiro encontro, se dá sob uma sina trágica. Riobaldo é o homem posto diante de uma “ordem que o antecede” e com a qual ele empreende uma luta, cujo desfecho revela o fracasso da “demanda do impossível” representada por seu amor por Diadorim.