Este ensaio visa comentar, por um lado, as aproximações e as distâncias entre Guimarães Rosa, Euclides da Cunha e José de Alencar no que diz respeito à caracterização da figura do sertanejo e, por outro lado, mostrar de que forma Pedro Orósio, o protagonista da novela “O Recado do Morro”, corporiza as reflexões que Guimarães Rosa anotou sobre a natureza do sertanejo-vaqueiro, na reportagem jornalística “Pé-duro, Chapéu de couro”.
Este artigo apresenta uma reflexão sobre os vaqueiros na obra de Guimarães Rosa. Para compor este personagem freequente de sua ficção, o escritor também se veste de vaqueiro, tornando-se ele próprio um personagem. Essa operação, que aproxima linguagens e perspectivas diferentes, é, nesta análise, apresentada como uma tradução criativa, onde a cultua popular e aestética se encontram.