João Guimarães Rosa inscreve-se no panorama literário brasileiro como escritor que reinventa o idioma. Caracterizando-se como um sistema, a literatura abriga em seu cerne um código literário. Diante deste código, o autor pode assumir condutas diferentes. Guimarães Rosa age no sentido de transformar as convenções estéticas e normas que o código prescreve no seio do sistema, explorando, por exemplo, as potencialidades da Língua, procurando cadenciá-la ao pensamento da personagem, construindo assim uma sintaxe que transborda de força estética, manifestação da dissolução de fronteiras que o autor propõe. Esta comunicação tem por objetivo entrever no discurso de Soropita, herói de Dão-Lalalão(Lão-Dalalão), marcas da violência de sua trajetória como ex-pistoleiro, bem como seu projeto de ser homem, sua virilidade, e as estratégias de inserção que a personagem utiliza para se estabelecer no sistema social brasileiro.