Esta pesquisa tem por objetivo analisar a estruturação da linguagem poética na construção de Grande Sertão: Veredas e confirmar sua contribuição na expressividade do amor dos protagonistas. Pretende-se que a relevância do trabalho configure-se em acréscimo à fortuna crítica da obra. Para isso, apresentou-se uma concisão da história, da biografia do autor, do contexto histórico da obra e do que se entende como fio condutor do enredo. Em seguida, por meio de uma pesquisa de cunho bibliográfico, buscou-se embasamento teórico em autores e estudiosos do assunto como Mikhail Bakhtin, Roland Barthes e Jean Cohen entre outros. O estudo desses teóricos possibilitou a análise da estrutura composicional da linguagem, estilização e recursos de linguagem explorados pelo autor, os quais conferem à obra a característica poética. Para a compreensão formal da obra, observaram-se, minuciosamente, os elementos da narrativa. Ao final, percebe-se que a plurissignificação e a estilística são preponderantes no processo roseano de reinvenção da língua. O resultado comprova que a prosa revestida de poesia contribui para a expressividade do amor entre os protagonistas.
Guimarães Rosa tem obras extensas e ricas que possibilitam fazer várias análises. Neste trabalho foi designado o conto ?Substância? parte do seu livro "Primeiras Estórias", tem como personagem principal Sionésio, homem simples, de poucas palavras e trabalhador, Maria Exita sua empregada e outros, é essa história de amor e razão que norteia o Conto. Esta obra faz parte do seu acervo para leitura e análise onde é possível abordar a Sociologia, a Psicanálise e a Estilística.
Este estudo pretende examinar a recepção crítica voltada para a análise dos aspectos estilísticos e linguísticos da obra de João Guimarães Rosa (1908-1967). Na década de 1950, durante seu auge, a teoria estilística, principalmente a de origem espanhola, exerceu grande influência sobre crítica literária brasileira. Este evento coincidiu com o impacto do lançamento de duas das mais importantes obras do ficcionista mineiro, Grande sertão: veredas (1956) e Corpo de baile (1956), em grande parte devido à linguagem, que é um amálgama de popular e erudito e detentora de grande poder de sugestão. Como fruto deste acaso, no mesmo horizonte da obra, surgiram os estudos que formaram a primeira recepção e, entre estes, os que se dedicaram a analisar os diferentes recursos utilizados por Guimarães Rosa para compor o seu sertão-linguagem, o que justifica a adoção da Estilística como método. Inseridos nesta corrente crítica estão os trabalhos que nos servirão de objeto de análise, a exemplo da crítica pioneira de Cavalcanti Proença (1905-1966), Trilhas no Grande Sertão (1958), e de trabalhos de outros estudiosos, como Oswaldino Marques (1916-2003), sobre Sagarana e outras publicações dispersas, e da professora norte-americana Mary L. Daniel (1936). Estes estudos, embora sejam discutíveis do ponto de vista metodológico, conforme será observado, tornaram-se peças incontornáveis dentro da fortuna crítica rosiana por sua contribuição à elucidação da obra. Um indicativo disso é a existência de trabalhos mais recentes que ainda ventilam categorias consideradas pela Estilística como o léxico, que surge em estudos de Nei Leandro de Castro e Nilce Sant'Anna Martins. Como método utilizado nesta dissertação de Mestrado, lança-se mão da hermenêutica literária formulada por Hans Robert Jauss (1921-1997) com o objetivo de analisar a recepção crítica de uma abordagem específica, a Estilística, e destacar sua relevância para a compreensão da obra de Guimarães Rosa no período imediato à publicação, assim como propor uma confrontação desta recepção com estudos posteriores que se balizam no mesmo campo de análise. Igualmente, objetiva-se evidenciar a importância do leitor para a (res) significação do material ficcional, aqui representado pelo crítico literário, um leitor diferenciado capaz de oferecer propostas interpretativas e guiar a leitura dos leitores comuns.